“Uma noite, vi a Eternidade,
Como um enorme anel de pura e inextinguível luz,
Tão calma quanto brilhante;
E rodando, abaixo dela, o tempo em horas, dias, anos.
Impelido pelas esferas
Movia-se como uma vasta sombra; na qual o mundo
E todo o seu séquito eram arremessados.”
Henry Vaughan (1621-1695)
Do século das Luzes a Era atual. A sociedade transformou-se velozmente, sucateando conhecimentos, colocando determinados valores em evidência, outros em descrença. Durante longos três séculos, como diria o compositor baiano Caetano Veloso, direitos foram ganhos, barganhados, perdidos, concedidos, conquistados.
O planeta “encolheu”. O admirável mundo novo aproximou problemáticas, ora tidas como questões regionais, que passaram a ter abrangência mundial. Formação de blocos econômicos, maximização de esforços, aumento da competitividade são temas presentes na midia, e agenda de todas lideranças que não querem ficar de fora da nova ordem mundial. Mas, afinal, que nova ordem é essa?
Há menos de dez anos de um novo milênio - mesmo não tendo segundos de fama, como previa Andy Warhol -, seguimos com muitas perguntas e poucas respostas. Ainda não nos decidimos, por exemplo, qual foi a grande luta de boxe do século (freqüentemente, dizem que não podemos deixar de assistir um novo combate…). Duvidamos, também, qual seja realmente o grande mal: a AIDS, o Stress, o terrorismo internacional, a violência urbana, ou … a solidão.
Na periferia dos grandes centros financeiros mundiais, sentimo-nos seguros (?) por estar livres de conflitos étnicos, atentados-políticos, mas sempre confiantes que vivemos numa terra abençoada por Deus.
O fator geográfico é o nosso diferencial. A última grande onda imigratória foi há séculos. Apesar da integração ao Mercosul, sob a perspectiva do cidadão comum - aquele que só conhece Internet no horário nobre -, a chegada de uma nova era é apenas uma ficção alarmista da mídia.
Em outras tribos da Aldeia Global, conceitos como “empregabilidade”, não mais “emprego”, já são realidade há muito tempo. Acompanhamos a amarga ressaca econômica que vive o Rio e São Paulo na luta por firmar acordos trabalhistas e disputar mercado com produtos chineses, ainda com a certeza de que eternamente seremos o país do futuro.
A xenofobia prevalece. O desejo de estabilidade, de continuar possuindo um título, uma posição, conhecimentos, entorpece para a mudança gradual que a própria vida impõe.
Longe de defendermos o período como o grande salto, ou uma nova era. A sociedade traça seu caminho entre períodos cíclicos. O que se faz necessário é saber que não se pode perder de vista a existência de um jogo de interesses, interferindo em demandas de produtos, de empregos, mudando comportamentos. Contudo, a excelência de sobrepujar o mito de D.Quixote é, citando Caetano, continuar acreditando que somos “os velhos homens humanos, chegando, passando, atravessando…”.
Como um enorme anel de pura e inextinguível luz,
Tão calma quanto brilhante;
E rodando, abaixo dela, o tempo em horas, dias, anos.
Impelido pelas esferas
Movia-se como uma vasta sombra; na qual o mundo
E todo o seu séquito eram arremessados.”
Henry Vaughan (1621-1695)
Do século das Luzes a Era atual. A sociedade transformou-se velozmente, sucateando conhecimentos, colocando determinados valores em evidência, outros em descrença. Durante longos três séculos, como diria o compositor baiano Caetano Veloso, direitos foram ganhos, barganhados, perdidos, concedidos, conquistados.
O planeta “encolheu”. O admirável mundo novo aproximou problemáticas, ora tidas como questões regionais, que passaram a ter abrangência mundial. Formação de blocos econômicos, maximização de esforços, aumento da competitividade são temas presentes na midia, e agenda de todas lideranças que não querem ficar de fora da nova ordem mundial. Mas, afinal, que nova ordem é essa?
Há menos de dez anos de um novo milênio - mesmo não tendo segundos de fama, como previa Andy Warhol -, seguimos com muitas perguntas e poucas respostas. Ainda não nos decidimos, por exemplo, qual foi a grande luta de boxe do século (freqüentemente, dizem que não podemos deixar de assistir um novo combate…). Duvidamos, também, qual seja realmente o grande mal: a AIDS, o Stress, o terrorismo internacional, a violência urbana, ou … a solidão.
Na periferia dos grandes centros financeiros mundiais, sentimo-nos seguros (?) por estar livres de conflitos étnicos, atentados-políticos, mas sempre confiantes que vivemos numa terra abençoada por Deus.
O fator geográfico é o nosso diferencial. A última grande onda imigratória foi há séculos. Apesar da integração ao Mercosul, sob a perspectiva do cidadão comum - aquele que só conhece Internet no horário nobre -, a chegada de uma nova era é apenas uma ficção alarmista da mídia.
Em outras tribos da Aldeia Global, conceitos como “empregabilidade”, não mais “emprego”, já são realidade há muito tempo. Acompanhamos a amarga ressaca econômica que vive o Rio e São Paulo na luta por firmar acordos trabalhistas e disputar mercado com produtos chineses, ainda com a certeza de que eternamente seremos o país do futuro.
A xenofobia prevalece. O desejo de estabilidade, de continuar possuindo um título, uma posição, conhecimentos, entorpece para a mudança gradual que a própria vida impõe.
Longe de defendermos o período como o grande salto, ou uma nova era. A sociedade traça seu caminho entre períodos cíclicos. O que se faz necessário é saber que não se pode perder de vista a existência de um jogo de interesses, interferindo em demandas de produtos, de empregos, mudando comportamentos. Contudo, a excelência de sobrepujar o mito de D.Quixote é, citando Caetano, continuar acreditando que somos “os velhos homens humanos, chegando, passando, atravessando…”.
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