2010/10/31

Filme de 35mm

O filme em 35 mm mais antigo do mundo; rodado em San Francisco USA a partir de uma câmera montada na frente de um bonde em 1906, poucos meses antes do grande terremoto que destruiu virtualmente toda a cidade! O fascinante neste vídeo é poder observar a grande avenida e seu trafego de bondes, veículos, carroças, cavalos na mais completa balburdia!

As pessoas são exemplos de perfeita inspiração para um quadro de Toulouse Lautrec, desfilando seus trajes com os indefectíveis chapéus, desprezando as regras de como transitar no meio daquela “babilônia”!

Repare o detalhe: a linha eletrificada dos bodes é no subsolo entre os dois trilhos, ficando preservada dessa forma a "beleza da paisagem" e não se vê redes aéreas de energia.

Votar

Texto de Raquel de Queiroz
Revista O Cruzeiro, 11 de janeiro de 1947

"Não sei se vocês têm meditado como devem no funcionamento do complexo maquinismo político que se chama govêrno democrático, ou govêrno do povo. Em política a gente se desabitua de tomar as palavras no seu sentido imediato.

No entanto, talvez não exista, mais do que esta, expressão nenhuma nas línguas vivas que deva ser tomada no seu sentido mais literal: govêrno do povo. Porque, numa democracia, o ato de votar representa o ato de FAZER O GOVÊRNO.

Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo.

Escolhem-se pelo voto aquêles que vão modificar as leis velhas e fazer leis novas - e quão profundamente nos interessa essa manufatura de leis! A lei nos pode dar e nos pode tirar tudo, até o ar que se respira e a luz que nos alumia, até os sete palmos de terra da derradeira moradia.

Escolhemos igualmente pelo voto aquêles que nos vão cobrar impostos e, pior ainda, aquêles que irão estipular a quantidade dêsses impostos. Vejam como é grave a escolha dêsses “cobradores”. Uma vez lá em cima podem nos arrastar à penúria, nos chupar a última gôta de sangue do corpo, nos arrancar o último vintém do bôlso.

E, por falar em dinheiro, pelo voto escolhem-se não só aquêles que vão receber, guardar e gerir a fazenda pública, mas também se escolhem aquêles que vão “fabricar” o dinheiro. Esta é uma das missões mais delicadas que os votantes confiam aos seus escolhidos.

Pois, se a função emissora cai em mãos desonestas, é o mesmo que ficar o país entregue a uma quadrilha de falsários. Êles desandam a emitir sem conta nem limite, o dinheiro se multiplica tanto que vira papel sujo, e o que ontem valia mil, hoje não vale mais zero.

Não preciso explicar muito êste capítulo, já que nós ainda nadamos em plena inflação e sabemos à custa da nossa fome o que é ter moedeiros falsos no poder.

Escolhem-se nas eleições aquêles que têm direito de demitir e nomear funcionários, e presidir a existência de todo o organismo burocrático. E, circunstância mais grave e digna de todo o interêsse: dá-se aos representantes do povo que exercem o poder executivo o comando de tôdas as fôrças armadas: o exército, a marinha, a aviação, as polícias.

E assim, amigos, quando vocês forem levianamente levar um voto para o Sr. Fulaninho que lhes fêz um favor, ou para o Sr. Sicrano que tem tanta vontade de ser governador, coitadinho, ou para Beltrano que é tão amável, parou o automóvel, lhes deu uma carona e depois solicitou o seu sufrágio - lembrem-se de que não vão proporcionar a êsses sujeitos um simples emprêgo bem remunerado.

Vão lhes entregar um poder enorme e temeroso, vão fazê-los reis; vão lhes dar soldados para êles comandarem - e soldados são homens cuja principal virtude é a cega obediência às ordens dos chefes que lhe dá o povo. Votando, fazemos dos votados nossos representantes legítimos, passando-lhes procuração para agirem em nosso lugar, como se nós próprios fôssem.

Entregamos a êsses homens tanques, metralhadoras, canhões, granadas, aviões, submarinos, navios de guerra - e a flor da nossa mocidade, a êles prêsa por um juramento de fidelidade. E tudo isso pode se virar contra nós e nos destruir, como o monstro Frankenstein se virou contra o seu amo e criador.

Votem, irmãos, votem. Mas pensem bem antes. Votar não é assunto indiferente, é questão pessoal, e quanto! Escolham com calma, pesem e meçam os candidatos, com muito mais paciência e desconfiança do que se estivessem escolhendo uma noiva.

Porque, afinal, a mulher quando é ruim, dá-se uma surra, devolve-se ao pai, pede-se desquite. E o govêrno, quando é ruim, êle é que nos dá a surra, êle é que nos põe na rua, tira o último pedaço de pão da bôca dos nossos filhos e nos faz aprodecer na cadeia. E quando a gente não se conforma, nos intitula de revoltoso e dá cabo de nós a ferro e fogo.

E agora um conselho final, que pode parecer um mau conselho, mas no fundo é muito honesto. Meu amigo e leitor, se você estiver comprometido a votar com alguém, se sofrer pressão de algum poderoso para sufragar êste ou aquêle candidato, não se preocupe. Não se prenda infantilmente a uma promessa arrancada à sua pobreza, à sua dependência ou à sua timidez.

Lembre-se de que o voto é secreto. Se o obrigam a prometer, prometa. Se tem mêdo de dizer não, diga sim. O crime não é seu, mas de quem tenta violar a sua livre escolha. Se, do lado de fora da seção eleitoral, você depende e tem mêdo, não se esqueça de que DENTRO DA CABINE INDEVASSÁVEL VOCÊ É UM HOMEM LIVRE. Falte com a palavra dada à fôrça, e escute apenas a sua consciência. Palavras o vento leva, mas a consciência não muda nunca, acompanha a gente até o inferno”.

2010/10/22

frases de Homer Simpson

Algumas frases de Homer Simpson para descontrair:

"Para mentir, apenas duas coisas são necessárias: alguém que minta e alguém que escute a mentira"

"Ao contrario do amor, o respeito não pode ser comprado"

"A culpa é minha e eu coloco ela em quem eu quiser!"

"O casamento é o caixão, os filhos são os pregos!"

"Existem 3 frases curtas que levarão sua vida adiante: 'Não diga que fui eu!','Oh, boa ideia, chefe!' e 'Já estava assim quando cheguei'"

"Se algo é difícil de fazer, então não vale a pena ser feito!"

"Tentar é o primeiro passo para o fracasso"

"Se algo está dando errado, então culpe o cara que não fala inglês"

"Oh grande mar, fornecedor de peixes, banheiro do mundo. Os gregos o chamam de Poseidon. Os romanos de... Aquaman. Olhe no seu coração de estrela do mar e nos salve para que possamos surfar em ti de novo!"

"Nunca diga qualquer coisa a não ser que tenha certeza que todo mundo pensa o mesmo"

"Existem três jeitos de fazer as coisas: o jeito certo, o jeito errado, e o meu jeito, que é igual ao jeito errado, só que mais rápido."

2010/10/01

"AVE MARIA" - vários intérpretes

Clique no link para ouvir:

Aaron Neville
Agnaldo Rayol
Albano Romina Power
Andrea Bocelli
Andre Rieu * Schubert
Andre Rieu
Andre Segovia
Andy Williams
Angela Maria & Pery Ribeiro
Amigos * Sertanejos
Auriz Barreira * Schubertze
Ave Mundi Spes Maria Gregorian Chant
Bach
Barbra Streisand
Beniamino Gigli
Bethovem ( Voz )
Bing Crosby
Brittany Hunter
Caio Mesquita * Saxofonista
Carlos Gomes
Carpenters
Celine Dion
Claude Barzotti
Charles Aznavour
Chitãozinho & Xororo
Demis Roussos
Enrico Caruso
Ernesto Cortazar ( Ave Maria Bach )
Executada no Piano
Fafa de Belem
Fagner ( Gounod )
First Offense
Francisco Alves
Gounod
Gounod 1
Gounod Coro
Gregorian Chat
Il Divo
J. Connick Jr.
Jesse Norman
Joan Baez
Joana
Johnny Mathis
Jorge Aragão
José Carreras
Kenny G
Kiri te Kanawa
Les Petits Enfants de Saint Marc * en Concert ( de Caccini )
Luciano Pavarotti
Maria Callas
Maria Dion
Maria Irene Paiva
Maria Russel
Missa Cantada Estilo Congoles
Mozart Opera
Nana Mouskourit * Gounod
Nana Mouskourit * Schubert
Nina Hangen
Renata Tebaldi * Bach e Gounod
Richard Clayderman
Roberto Carlos & Pavarotti
Roberto Carlos
Sarah Brightman
Sergio Chiavazzoli * Cavaquinho
Schubert
Soundtrack
The Mormon Tabernacle Choir
Three Tenor ( Carreras, Domingo e Pavarotti )
Valdir Azevedo
Verd
Vicente Celestino * Schubert
Voz Ecoro Somma
Vicente Celestino * Schubert
Voz Ecoro Somma
Ave Maria * ?
Ave Maria * ??

Jacno * Ave Maria
Jordan * Ambient Maria mix
Jordan * Matadore Solo Acoustic mix
Jordan * Spanish Hybrid mix
Jordan * Sweaty Spanish mix
Jordan * Thundertone mix


Agnaldo Rayol & Angela Maria * Ave Maria do Morro
Altemar Dutra * Ave Maria
Andrea Bocelli * Ave Maria do Morro
Angela Maria & Cauby Peixoto * Ave Maria do Morro
Anisio Silva * Ave Maria dos Namorados
Coral cantores de Petrópolis * Ave Maria dos Navegantes
Dalva de Oliveira * Ave Maria do Morro
Fafa de Belem * Ave Maria dos Navegantes
Francisco Petronio & Dilermando Reis * Ave Maria do Morro
Jesse & Cascatinha * Ave Maria do Sertão
Oswaldo Montenegro * Ave Maria de todas as Seitas
Maria Bethânia * Ave Marias ( Oração a Nossa Senhora )
Raul Seixas * Ave Maria da Rua
Silvio Caldas * Ave Maria

Silêncio de Cristo

Uma antiga lenda norueguesa narra este episódio sobre um homem chamado Haakon, que cuidava de uma ermida à qual muita gente vinha orar com devoção.

Nesta ermida havia uma cruz muito antiga, e muitos vinham ali para pedir a Cristo que fizesse algum milagre. Certo dia, o eremita Haakon quis também pedir-lhe um favor. Impulsionava-o um sentimento generoso.

Ajoelhou-se diante da cruz e disse: - Senhor, quero padecer por vós. Deixai-me ocupar o vosso lugar. Quero substituir-vos na Cruz.

E permaneceu com o olhar pendente da cruz, como quem espera uma resposta. O Senhor abriu os lábios e falou. As suas palavras caíam do alto, sussurrantes e admoestadoras: - Meu servo, cedo ao teu desejo, mas com uma condição.
- Qual é, Senhor?, perguntou com acento suplicante Haakon. É uma condição difícil? Estou disposto a cumpri-la com a tua ajuda!
- Escuta-me: Aconteça o que acontecer, e vejas tu o que vires, deves guardar sempre o silêncio.
Haakon respondeu:
- Prometo-o, Senhor!

E fizeram a troca sem que ninguém o percebesse. Ninguém reconheceu o eremita pendente da cruz; quanto ao Senhor, ocupava o lugar de Haakon.

Durante muito tempo, este conseguiu cumprir o seu compromisso e não disse nada a ninguém. Certo dia, porém, chegou um rico. Depois de orar, deixou ali esquecida a sua bolsa. Haakon viu-o e calou. Também não disse nada quando um pobre, que veio duas horas mais tarde, se apropriou da bolsa do rico. E também não quando um rapaz se prostrou diante dele pouco depois para pedir-lhe a sua graça antes de empreender uma longa viagem.

Nesse momento, porém, o rico tornou a entrar em busca da bolsa. Como não encontrasse, pensou que o rapaz se teria apropriado dela; voltou-se para ele e interpelou com raiva: - Dá-me a bolsa que me roubaste!

O jovem, surpreso, replicou-lhe: - Não roubei nenhuma bolsa!
- Não mintas; devolve-me já!
- Repito que não apanhei nenhuma bolsa!

O rico arremeteu furioso contra ele. Soou então uma voz forte: - Para!

O rico olhou para cima e viu que a imagem lhe falava. Haakon, que não conseguiu permanecer em silêncio diante daquela injustiça, gritou-lhe, defendeu o jovem e censurou o rico pela falsa acusação. Este ficou aniquilado e saiu da ermida. E o jovem saiu também porque tinha pressa para empreender a sua viagem. Quando a ermida ficou vazia, Cristo dirigiu-se ao seu servo e disse-lhe: - Desce da Cruz. Não serves para ocupar o meu lugar. Não soubeste guardar silêncio.

- Mas, Senhor, como podia eu permitir essa injustiça?

Trocaram de lugar. Cristo voltou a ocupar a cruz e o eremita permaneceu diante dela. O Senhor continuou a falar-lhe: - Tu não sabias que era conveniente para o rico perder a bolsa, pois trazia nela o preço da virgindade de uma jovem.

O pobre, pelo contrário, tinha necessidade desse dinheiro e fez bem em levá-lo; Quanto ao rapaz que ia receber os golpes, a suas feridas o teriam impedido de fazer a viagem que, para ele, foi fatal: faz uns minutos que o seu barco acaba de soçobrar e que ele se afogou. Tu também não sabias isto; mas eu sim. E por isso me calo. E o Senhor tornou a guardar silêncio.

Muitas vezes nos perguntamos por que Deus não nos responde. Por que Deus se cala? Muitos de nós quereríamos que nos respondesse o que desejamos ouvir, mas Ele não o faz: responde-nos com o silêncio. Deveríamos aprender a escutar esse silêncio. O Divino Silêncio é uma palavra destinada a convencer-nos de que Ele, sim, sabe o que faz. Com o seu silêncio, diz-nos carinhosamente: Confia em mim, sei o que é preciso fazer!